Você já clicou em um anúncio no Google e notou que, na barra de endereço do navegador, o link do site ficou enorme, cheio de letras e números estranhos depois de uma interrogação? Se você já reparou nisso, parabéns: você conheceu o GCLID. Para muitos empreendedores e até gestores de tráfego iniciantes, essa “sopa de letrinhas” parece apenas um erro ou um código técnico irrelevante.
Mas afinal, qual a função do gclid na campanha do google? De modo geral, o GCLID (Google Click Identifier) é um parâmetro de URL exclusivo anexado automaticamente pelo Google a cada clique em um anúncio. Sua função primordial é servir como um “DNA” daquele clique, permitindo a comunicação de dados entre o Google Ads e o Google Analytics (ou seu CRM). É ele que permite rastrear exatamente qual anúncio, palavra-chave, hora e dispositivo geraram uma conversão, além de ser a chave fundamental para importar conversões offline (vendas que acontecem fora do site, como no WhatsApp ou telefone) de volta para a plataforma, otimizando a inteligência do algoritmo.
Neste artigo que preparamos, vamos desmistificar o GCLID. Vamos sair do “tenciquês” chato e explicar, com exemplos práticos do dia a dia, por que ignorar esse recurso pode estar custando muito caro para o seu negócio. Se você quer parar de investir no escuro e começar a entender a jornada real do seu cliente, do clique até o dinheiro no caixa, este conteúdo é para você.
O que é GCLID, na prática?
Foto: Google – ImageFX
Vamos começar com uma analogia simples. Imagine que você vai despachar uma mala no aeroporto. A atendente coloca uma etiqueta com um código de barras na alça. Aquela etiqueta contém todas as informações: seu nome, número do voo, destino final e conexões. Sem a etiqueta, a mala é apenas um objeto perdido no sistema. Com a etiqueta, o sistema sabe exatamente para onde ela vai e onde ela está.
O GCLID (Google Click Identifier) é a “etiqueta de bagagem” do seu lead.
Tecnicamente, ele é uma string (uma sequência de caracteres) alfanumérica, gerada automaticamente no momento em que o usuário clica no seu anúncio. Ele é anexado ao final da sua URL.
- URL Normal: www.suaempresa.com.br
- URL com GCLID: www.suaempresa.com.br?gclid=TeStE12345XYZ…
Embora para o usuário isso não mude nada (o site abre normalmente), para as ferramentas de análise, esse código carrega um tesouro de informações. Ele diz ao Google Analytics e ao seu sistema de vendas: “Ei, esse visitante veio da campanha X, do grupo de anúncios Y, pesquisando a palavra Z, às 14h30, usando um celular Android”.
Sem o GCLID, o Google Analytics enxergaria apenas “um visitante”. Com o GCLID, ele enxerga “um cliente potencial qualificado vindo de um investimento específico”.
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Qual a função do GCLID na campanha do Google?
Agora que sabemos o que ele é, vamos aprofundar na sua utilidade estratégica. Por que o Google inventou isso? Basicamente, para resolver o problema da atribuição.
1. A Ponte entre Google Ads e Google Analytics
A função mais básica do GCLID é permitir o “Auto-tagging” (Codificação Automática).
Antigamente, ou em outras plataformas, você precisava configurar manualmente cada link para saber de onde o clique veio. O GCLID faz isso sozinho. Quando as contas do Ads e Analytics estão vinculadas, o GCLID transfere todos os dados de custo, impressões e cliques para dentro do Analytics. Isso permite que você veja, no Analytics, não apenas que a pessoa visitou o site, mas quanto custou aquela visita.
2. O Segredo das Conversões Offline
Aqui na Review Comunicação, consideramos esta a função mais vital para prestadores de serviços (advogados, clínicas, corretores, B2B).
Muitas vezes, o clique acontece no site, o cliente preenche um formulário, mas a venda só é fechada 15 dias depois, por telefone ou WhatsApp.
O Google Ads, sozinho, não sabe que essa venda aconteceu. Ele acha que foi apenas um clique.
Ao capturar o GCLID, você pode dizer ao Google dias depois: “Olha, o clique com o código GCLID XYZ virou uma venda de R$ 5.000,00”. O Google aprende com isso e passa a buscar mais pessoas parecidas com aquela.
3. Precisão de Dados Superior
Diferente de métodos manuais, o GCLID é único para cada clique. Mesmo que a mesma pessoa clique duas vezes no mesmo anúncio, serão gerados dois GCLIDs diferentes. Isso permite uma precisão milimétrica na análise de comportamento e evita erros humanos na hora de “taguear” as campanhas.
GCLID x UTM: Diferenças e Quando Usar Cada Um
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Essa é uma dúvida clássica. “Se eu já uso UTMs, preciso do GCLID?”. A resposta é: sim, você precisa dos dois, mas eles têm funções diferentes.
As UTMs (Urchin Tracking Module) são parâmetros manuais que você cria (ex: utm_source=google&utm_medium=cpc). Elas são universais e funcionam em qualquer ferramenta. O GCLID é exclusivo e criptografado pelo Google.
Para facilitar, criamos esta tabela comparativa:
Comparativo GCLID vs. UTM
| Característica | GCLID (Google Click Identifier) | UTM (Parâmetros Manuais) |
| Criação | Automática (pelo sistema do Google). | Manual (você define). |
| Plataformas | Exclusivo do ecossistema Google. | Funciona em tudo (Face, Email, LinkedIn). |
| Detalhe dos Dados | Profundo (Hora, Keyword, Local, Dispositivo). | Limitado ao que você escreveu. |
| Integração Analytics | Automática e rica em métricas de sessão. | Apenas dados básicos de origem/mídia. |
| Rastreamento Offline | Essencial para importar conversões. | Pouco útil para otimizar o algoritmo do Ads. |
| Risco de Erro | Zero (feito por máquina). | Alto (erros de digitação quebram dados). |
| Nossa Recomendação | Obrigatório para Google Ads. | Use para complementar ou em outras mídias. |
O Veredito da Review: Para campanhas de Google Ads, o GCLID é inegociável. As UTMs servem como um “backup” ou para ferramentas de terceiros que não leem o GCLID, mas nunca devem substituir a codificação automática.
Como o GCLID funciona no funil de dados
Entender o caminho que esse código percorre ajuda a visualizar o poder dessa ferramenta. Vamos desenhar o fluxo de dados ideal que implementamos em nossos clientes.
Passo 1: O Clique e a Geração
O usuário pesquisa “Consultoria de Marketing” no Google. Ele vê seu anúncio e clica. Nesse milissegundo, o Google gera o código ?gclid=Abc123… e o anexa à URL.
Passo 2: A Navegação e a Captura (Cookies)
O usuário entra no seu site. O Google Analytics (se instalado corretamente) lê esse GCLID e o armazena em um cookie no navegador do usuário. Agora, o Analytics sabe tudo sobre a origem daquele visitante.
Passo 3: A Conversão (O Pulo do Gato)
O usuário decide pedir um orçamento. Ele preenche um formulário no seu site (Nome, E-mail, Telefone).
Aqui entra a estratégia avançada: o seu formulário deve ter um campo oculto que captura o GCLID da URL e o envia junto com os dados do cliente para o seu CRM ou planilha.
Passo 4: O Fechamento (Offline)
Sua equipe comercial liga para o lead. Negocia. Fecha a venda. No seu CRM, esse cliente está marcado com o GCLID que foi capturado lá atrás.
Passo 5: O Retorno (Importação)
Você pega esse GCLID e o valor da venda e faz o upload de volta para o Google Ads. O Google recebe a informação e pensa: “Uau! Aquele clique lá do Passo 1 gerou dinheiro. Vou mostrar esse anúncio para mais pessoas com esse perfil”.
É assim que se fecha o ciclo de inteligência de dados.
Como Ativar e Verificar o GCLID na Sua Conta
Foto: Google – ImageFX
A boa notícia é que ativar o GCLID é extremamente simples. Na maioria das contas novas, ele já vem ativado por padrão, mas é sempre bom conferir.
O recurso se chama Codificação Automática (Auto-tagging).
Passo a Passo para Ativar:
- Faça login na sua conta do Google Ads.
- No menu à esquerda, clique em Configurações > Configurações da Conta.
- Procure pela seção Codificação Automática.
- Marque a caixa que diz “Codificar a URL em que as pessoas clicam no meu anúncio”.
- Clique em Salvar.
Pronto! A partir de agora, todos os cliques nos seus anúncios terão o GCLID anexado.
Como Verificar se Está Funcionando:
Não clique no seu próprio anúncio (isso gasta dinheiro e prejudica seu índice de qualidade).
- Use a ferramenta de “Diagnóstico e Visualização de Anúncios” do Google ou espere ter cliques reais.
- Acesse o seu site simulando um clique ou peça para alguém clicar (se for estritamente necessário testar).
- Olhe para a barra de endereço do navegador. Se depois do seu domínio aparecer ?gclid=… seguido de letras e números, está funcionando perfeitamente.
Como Capturar o GCLID na Landing Page e Integrar com CRM
Esta é a parte mais técnica, mas é onde a mágica das vendas acontece. Se você quer saber qual a função do gclid na campanha do google, saiba que a função máxima é alimentar seu CRM.
Muitos CRMs modernos (como RD Station, HubSpot, Salesforce, ActiveCampaign) já possuem integrações nativas que “puxam” o GCLID automaticamente se você usar os formulários deles.
Porém, se você usa formulários personalizados (como Elementor, Contact Form 7 ou HTML puro), você precisará fazer uma pequena configuração.
A Lógica do Campo Oculto (Hidden Field)
- No seu formulário de contato, crie um novo campo.
- Dê o nome de “GCLID” a esse campo.
- Defina o tipo de campo como “Hidden” (Oculto). Isso significa que o campo existe no código, mas o usuário não o vê na tela.
- Use um pequeno script (JavaScript) no seu site para “pegar” o valor do GCLID que está na URL do navegador e preencher automaticamente esse campo oculto.
Quando o usuário clicar em “Enviar”, você receberá no seu e-mail ou sistema:
- Nome: João
- Telefone: (11) 9999-9999
- GCLID: TeStE12345XYZ…
Com esse dado salvo, você tem o poder nas mãos. Você pode usar planilhas ou ferramentas de automação (como Zapier) para enviar esse dado de volta ao Google Ads quando a venda for concluída.
Boas Práticas para Não Perder Dados de GCLID
A tecnologia é ótima, mas é sensível. Existem alguns cenários onde o GCLID pode “cair” ou se perder no caminho, prejudicando sua mensuração. Aqui na Review Comunicação, temos um checklist de segurança para evitar isso.
1. Cuidado com Redirecionamentos
Se o seu anúncio aponta para http://site.com e o seu site redireciona automaticamente para https://site.com (seguro), verifique se o redirecionamento mantém os parâmetros da URL.
Muitas vezes, ao redirecionar, o site “limpa” tudo o que vem depois da interrogação. Se isso acontecer, o GCLID se perde antes de o Analytics ler.
Solução: Configure seus redirecionamentos (301 ou 302) para “passar parâmetros”.
2. Tempo de Carregamento do Site
Se o seu site for muito lento, o usuário pode fechar a janela antes de o script do Analytics carregar e capturar o GCLID. Velocidade é essencial para dados e para SEO.
3. Banners de Cookies (LGPD)
Com as novas leis de proteção de dados, se o usuário rejeitar os cookies de marketing/analíticos no seu banner de consentimento, o Google Analytics pode não conseguir associar o GCLID à sessão do usuário.
Solução: Respeite a lei, mas trabalhe para mostrar o valor dos cookies ou use a Consent Mode V2 do Google, que ajuda a modelar conversões mesmo sem cookies, usando dados anonimizados.
4. Links do WhatsApp
Se o seu CTA é um botão de WhatsApp, o GCLID da URL não vai automaticamente para a conversa.
Solução: Você precisa de um script que pegue a URL atual e a insira como uma “nota” ou mensagem pré-definida ao iniciar a conversa, ou usar ferramentas de rastreamento de WhatsApp específicas que capturam a origem.
Conclusão
Ao longo deste post, exploramos profundamente qual a função do gclid na campanha do google. Vimos que ele não é apenas um código aleatório, mas sim a espinha dorsal de uma estratégia de marketing orientada a dados.
Ele conecta o investimento (o clique) ao resultado (a venda), mesmo que essa venda aconteça dias depois e fora da internet.
Em um mercado cada vez mais competitivo, onde o custo por clique (CPC) tende a subir, ganha o jogo quem tem mais inteligência, não quem tem mais dinheiro. Usar o GCLID corretamente permite que você treine o robô do Google para encontrar seus melhores clientes, baixando seu custo de aquisição e aumentando seu lucro.
Em nossa agência de marketing digital, não iniciamos nenhuma campanha de tráfego pago sem garantir que o ciclo do GCLID esteja fechado. Recomendamos fortemente que você faça o mesmo. Verifique sua codificação automática, ajuste seus formulários e comece a tratar seus dados com o profissionalismo que seu negócio merece.
FAQs
O GCLID afeta o SEO do meu site?
Não diretamente. O Google sabe que o parâmetro GCLID é para rastreamento e geralmente ignora ele para fins de indexação, evitando problemas de conteúdo duplicado. No entanto, é uma boa prática configurar a tag “canonical” na sua página para apontar para a versão limpa da URL (sem o GCLID), garantindo que toda a autoridade de SEO vá para a página principal.
Posso usar GCLID no Facebook Ads?
Não. O GCLID é uma tecnologia proprietária do Google. O Facebook tem o seu próprio parâmetro, chamado fbclid (Facebook Click Identifier), que funciona de maneira muito similar, mas dentro do ecossistema da Meta. Para rastrear Facebook no Google Analytics, você deve usar as UTMs manuais.
O GCLID funciona se o usuário mudar de dispositivo?
Sozinho, não. Se o usuário clicar no anúncio pelo celular (gerando o GCLID) e depois comprar pelo computador (entrando direto no site), o GCLID do celular não é transferido magicamente. Para resolver isso, o Google usa o “Login do Usuário” (se ele estiver logado na conta Google em ambos os aparelhos) para tentar cruzar os dados, mas a precisão não é 100%.
Quanto custa usar o GCLID?
É gratuito. O GCLID é um recurso nativo da plataforma Google Ads. Não há custo adicional para ativá-lo ou para usar as ferramentas de importação de conversões offline. O custo é apenas o do clique no anúncio que você já paga.
O que acontece se eu desativar a codificação automática?
Se você desativar, o Google para de enviar o GCLID. Consequentemente, seus dados no Google Analytics perderão detalhes (você verá tráfego como “google / cpc”, mas não saberá qual palavra-chave gerou a visita com precisão) e você perderá a capacidade de importar conversões offline automaticamente, tornando o algoritmo de lances inteligentes muito menos eficiente.